domingo, julho 05, 2009

Heal the World?! Du-vi-do!

É um texto que dá uma enorme volta, é uma bola de neve que estava engasgada. Se bem que ainda falaria muito mais. Uma coisa leva a outra e assim the world goes ‘round...

Eu tinha planos de falar sobre outro assunto, mas acabou sendo inevitável falar do Michael nesse momento, principalmente devido ao fato de que ele tem sido uma constante nas paradas musicais. Eu só lamento a morte desse artista genial. O único fator positivo que extraí desse acontecimento foi me dar conta do quão hipócrita a mídia é.

A “gota d’água” foi uma chamada da rádio Metropolitana FM. Aquele vozeirão marcante naquela cadência ridícula anunciando algo como “você ouve agora Michael Jackson: o rei da Música Pop”.

!!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!??!??????????

Perae, perae, peraeeee!!! Eu ouvi o que eu ouvi?! Franzi a testa... Olhei pros lados (tipo pra ver se não era pegadinha, manja?)... Conferi, reconferi, rereconferi a sintonia da rádio que escutava naquele momento. Me certifiquei de que NÃO estava enganada. A fucking Metropolitana radio station, que faz a linha “toco tudo o que for modinha e consumo de massa” estava enaltecendo Michael Jackson!!! Que diabos... Quem é o público da Metrô? Moçada, nascidos na década de 90, quiçá chegando aí à fantástica casinha dos 20 aninhos (generalizando). Hummmm... Que diabos²!!!!!!

A moçada de hoje em dia só tomou conhecimento das esquisitícies do Michael. Até já ouviram seus clássicos, mas não reconhecem o valor. Soa como “brega” aquela voz gemendo ou gritando “aow” em uma batidinha pop. O clipe Thriller, então... noh! Que coisa mal feita! Nossa!! Bregaaaaaaaaaaaaaa!!!
É... brega...

Escutar música do Michael Jackson?! Só em rádios como Antena1 / Alpha de vez em nunca ou CD. Clipe do Michael Jackson?! Michael Jackson não é mais cultura musical. Michael Jackson é manchete sensacionalista. Só figura nos flagras de paparazzi (que selecionam a pior foto para aquela notícia que não acrescenta p*** nenhuma na vida de ninguém) ou num texto do Mainardi, afiadíssimo como sempre (se bem que Mainardi nem daria esse espaço pro Michael). De duas semanas pra cá estou quase enjoando de tanto ouvir Michael Jackson! Kkkkkkk...

Michael Jackson morreu no último dia 25, aos 50 anos. Desses 50 anos, 45 dedicados ao mundo da música, exposto na mídia, cobrado por sua performance, perseguido por todos os cantos, sem uma vida privada.
Há alguns meses foi divulgada a última turnê que o astro pop faria na Inglaterra. Nem isso ganhou muito espaço na mídia. Poucas reportagens se deram ao trabalho de divulgar a procura pelos ingressos que esgotaram em 5 horas de venda. Oooooh! Que espanto, minha nossa!!! Os ingressos pra todos os shows do Michael Jackson se esgotaram em 5 horas!!!
Fala sério! Qual a surpresa?!?! Que a mídia não conseguiu abalar a admiração do público pelo trabalho desse gênio?

U2 teve seus ingressos esgotados nas primeiras horas de venda dos seus shows aqui no Brasil em 2006. Cirque Du Soleil teve seus ingressos esgotados mesmo um ano antes das datas de apresentação do espetáculo Alegria. Se observarmos o impacto do trabalho do U2 pro rumo do mundo musical e o tempo de estrada do Cirque Du Soleil (não dá pra desmerecer o trabalho incrível dessa empresa de espetáculos, que modificou significativamente a linguagem do meio circense), não é NADA comparado ao trabalho e estrada do Michael. Logo, nada mais normal que seus ingressos pra uma turnê de mais de seis meses se esgotem em horas. Trilhardares de gentes do mundo todo iriam viajar a Londres pra assistir a seu show.

Há mais de 10 anos a mídia só se preocupou em denegrir sua imagem, divulgando sua aparência cada vez mais diferente (e deformada, cá entre nós), suas atitudes bizarras (bebês de aluguel camuflados por uma relação de mentirinha) e os casos de acusação de abuso sexual. Se houve a produção de algum trabalho, a preocupação era falar mal e comparar com o brilhantismo de uma época que já passou e não volta mais.
Aí o cara morre... Engraçado. Michael Jackson morreu e o astro renasceu. Contraditório, mas fato. Como a mídia é hipócrita. Como as pessoas são hipócritas!

Como explorar sua morte se tornou notícia interessante, me inundei de cultura literalmente na semana pós sua morte. Diversos programas especiais foram exibidos compilando sua carreira desde seu início, passando por seus maiores sucessos, escândalos, transformações e mergulho no mundo da fantasia (leia-se Neverland, onde eu também me enfiaria uma vez no lugar dele).

E nesses últimos dias tive a oportunidade de entender melhor esse ser humano, aceitar suas bizarrices e criar maior repulsa da mídia.
Poxa! É de se aceitar que um cara com um pai de merda e com uma vida “fora da casinha” literalmente não seja a pessoa mais normal de todas. É nítido em suas entrevistas mais recentes que ele já estava psicologicamente perturbado. E se ele estava, o problema é dele.
Me pego pensando às vezes que ele não passava de uma criança grande. E que pessoa maravilhosa ele deve ter sido. Um homem, com um grande talento artístico, com uma generosidade sem igual e a ingenuidade de uma criança. Por que temos tanta dificuldade em aceitar isso? Por que temos que ridicularizar esse perfil? Por que todo homem crescido deve ser macho, malandrão, frio e só se preocupar com os negócios? Bah... quanta ignorância nos cerca.

Uma declaração do Michael em uma de suas entrevistas pegou meu cérebro, arrancou-o do lugar, virou-o de ponta-cabeça e o colocou de volta na caixa cerebral. Fiquei pasma. Do tipo “não é que é verdade?!?”. Ele declarou: “... tem tanta gente branca que gasta montes de dinheiro e tempo para escurecer a pele, para ficar com uma cor diferente daquela que tem (branquela tipo eu). Pq eu não posso fazer o inverso??”.
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PLAFT! TOOOOOOOOOOOOOOME! Tapão na cara! Você pode vir falar merda, que ficar bronzeado é um processo natural, coisa e tal, e piriri e pororó, mas não vai adiantar. Ele tem razão. É o mesmo princípio. O mesmo. Cala a boca! O mesmoooo!
Tipo o lance da camiseta 100% negro. É cool! Se eu usar uma 100% branco é cool também??
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É... pensa aí!

Quanta coisa maravilhosa esse homem produziu!! A linguagem visual de seus vídeo-clipes sempre estraçalharam as barreiras: Thriller, Leave me Alone, Black or White, Remember the Time... Sempre fui muito fã dele e continuo sendo. Fui em seu show no Morumbi em 1993 (Inesquecível!). Tive seu quadro na parede do meu quarto por muitos anos. Tenho seu cd Dangerous (fantástico), aprendi o Moonwalk ainda pequena, cansei de assistir Moonwalker, joguei até jogo de vídeo-game dele, ainda me arrepio assistindo ao clipe de Smooth Criminal, perco as estribeiras ao ouvir Keep it in the Closet e chorei (Lágrimas escorreram. Nada de soluços e cortinas rasgadas, por favor...) quando soube da sua morte.

Postei o vídeo “Leave me Alone” do Michael no início desse texto. Ele é de 1982. Em 82 ele já era massacrado pela puta que pariu da mídia. O clip é uma forma de mandar tomar no c*. Mas com classe, né, babe?! Porque Michael Jackson foi foda. E eu agradeço a sua passagem por esse mundo.

Minhas apostas continuam no Justin (Timberlake). Já afirmava e continuo afirmando: o Michael Jackson do século XXI.

Passar bem! :**
Bjos, Tatj

Um comentário:

  1. A srta esgotou o assunto Michael Jackson em suas linhas, mocinha. Só posso acrescentar que com uma mídia boçal, feita por pessoas previsíveis e/ou inteligentes corrompidos, não se pode esperar nada. A morte remedia tudo e todos, afinal, quem sustenta críticas a um morto? Quem teria coragem de falar bem do MJ vivo? Quem ataca o morto? Eu lembro cada clipe passado "com exclusividade" no fantástico, o meeeeeeedo absoluto qdo assisti Thriller ainda criancinha e assim vai, a descrença qdo ouvi a primeira vez q relacionaram seu nome à pedofilia and go on. O que fazer agora? Bom... Na idade do seu Jutin, o Michael ja era verdadeiramente um ídolo. Acho o cara um enlatado, mas vá lá... Amo tanto vc que posso até tentar ter outro olhar para essezinho rs*

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